PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

O extensômetro elétrico de resistência é um elemento sensível   que   transforma pequenas  variações    de dimensões    em    variações     equivalentes   de  sua resistência  elétrica.   Sua utilização constitui um meio de  se  medir  e  registrar   o fenômeno da deformação como sendo uma grandeza elétrica.

O   extensômetro   elétrico   é    utilizado  para  medir deformações   em    diferentes   estruturas tais como: pontes, máquinas, locomotivas, navios e associado a instrumentos  especiais  (transdutores)  possibilita   a medição  de  pressão,  tensão, f orça,  aceleração   e outros  instrumentos  de medidas que são usados em campos  que   vão  desde  a  análise  experimental de tensão  até   a  investigação  e  práticas  médicas   e cirúrgicas.

As   características   do    extensômetro  elétrico  de resistência podem ser resumidas no seguinte:

Alta precisão de medida;

Baixo custo;

Excelente resposta dinâmica;

Excelente linearidade;

Fácil de instalar;

Pode   ser   utilizado    imerso   em   água   ou  em atmosfera de gás corrosivo, desde que se faça o tratamento adequado;

Possibilidade de se efetuar medidas à distância.

Devido   a   todas   estas     vantagens   atualmente   o extensômetro elétrico de resistência é  indispensável  a qualquer equipe que se dedique ao estudo experimental de medições.

A resistência elétrica de um condutor de seção uniforme é dada pela equação:

        R = r . ( L/A )                      (1.1)


Onde:

R = resistência em Ohms;
L = comprimento do condutor;
A = seção transversal do condutor;
r = resistividade do condutor, que é em função da temperatura do condutor e das solicitações mecânicas à ele aplicadas.

Se  submetermos  este  condutor  a uma  solicitação mecânica (tração ou compressão) sua resistência irá variar, devido às variações   dimensionais  de seção e comprimento L,também pela propriedade fundamental dos  materiais  chamado  piezo-resistividade,   a  qual depende   da   resistividade    do   material,  sob  uma deformação mecânica.

A experiência  mostra  que  à  deformação e (DL / L) corresponde    uma  variação  unitária  de  resistência
DR / R que, dentro de certos limites, é sensivelmente proporcional à deformação do fio,

Para  obter  a  mudança  de unidade na resistência é tomado  o   logaritmo  de ambos os lados da equação (1.1),

Log R=Log r + Log L - Log A

e por diferenciação obtemos:

DR / R = ( Dr / r ) + ( DL / L ) - ( DA / A )   (1.2)

Sendo "A"  a  área   da seção    transversal do fio  e considerando  o efeito  dado  pelo   coeficiente  de Poisson teremos:


DA / A = - 2n ( DL / L )          (1.3)

Substituindo na equação (1.2) temos:

DR / R = ( Dr   / r ) + ( DL / L ) + 2n ( DL / L )
ou seja:

DR / R = ( 1 + 2n ) ( DL / L ) + (Dr  / r ) (1.4)

Como
DL / L é a deformação e , podemos escrever a equação (1.4) da seguinte forma:

( DR / R ) / e = ( 1 + 2n  ) + ( Dr / r) / e (1.5)

De acordo com as experiências de Bridgman, a mudança na resistividade
( r ) , ocorre na proporção da variação do volume do material e levando isto em consideração teremos:

Dr = mr   ( DV / V )

em outras palavras:

Dr /r = m ( DV / V )           (1.6)

como:

( DV / V ) = ( 1 - 2n ) ( DL / L )

temos:

Dr /r = m ( 1 - 2n ) ( DL / L )         (1.7)

Substituindo a equação (1.7) em (1.5) obtemos:


( DR / R ) / e = ( 1 + 2n ) + m ( 1 - 2n )

que é igual a :

( DR / R ) / e = ( 1 + m ) + 2n ( 1 - m )     (1.8)

m é uma constante do material do condutor determinada experimentalmente.

A maior parte dos materiais resistivos utilizados na confecção dos extensômetros elétricos, são ligas especiais, onde o valor de m é igual a 1.

Substituindo m por 1 na equação (1.8), teremos:


( DR / R ) / e= 2               (1.9)

O valor definido na equação (1.9) pode ser mudada para:


( DR / R ) = K . e             (1.10)

Pela equação (1.10), deduzimos que se o fator K (fator do extensômetro ) for conhecido, medindo-se a variação relativa de resistência (
DR / R) obteremos a medida de deformação e (DL / L ).

Este é o princípio do extensômetro elétrico de resistência:

O termo (
DR / R ) / e  pode também ser expresso como:

p1 . E                            (1.11)
Onde:

p1 = Coeficiente piezo-resistivo longitudinal;
E = Módulo de elasticidade.


O valor de K para os extensômetros elétricos de resistência mais empregados, varia entre 2,0 e 2,6 ; para a platina chega a valores entre 4,0 e 6,0 e para o níquel , o valor de K é negativo ( -12,0 ) , o que vale dizer que quando submetemos à tração um fio de Níquel, sua resistência elétrica diminui, ao contrário do que ocorre com outros metais.

É interessante observar que a resistência "R" ,do elemento resistivo utilizado na confecção do extensômetro elétrico, deve ser elevada para podermos ter condições de medir variações de resistências "
DR".

Por volta de 1960, extensômetros baseados em materiais semicondutores em vez de metálicos, se tornaram comercialmente viáveis.

Porém esses tipos de extensômetros são mais caros, e necessitam de uma técnica mais cuidadosa, do que a aplicada aos extensômetros metálicos, tendo como vantagem um alto fator de sensibilidade à deformação, o qual é aproximadamente de 150, podendo ser positivo ou negativo.