segunda-feira, 23 de novembro de 2009

23 de novembro: Dia do Engenheiro Eletricista

No final do século XIX e início do século XX, o Brasil presenciava a gênese das aplicações utilitárias da eletricidade em algumas de suas principais cidades.

Até a primeira década do século XX, construiu-se no País um grande número de pequenas usinas geradoras de energia elétrica, destinadas a atender os serviços públicos instalados nas cidades, principalmente, a iluminação pública e a particular, o acionamento dos bondes utilizados para o transporte coletivo e o fornecimento de força motriz a unidades industriais, sobretudo do setor têxtil. Todos esses empreendimentos dependiam de técnicos estrangeiros para a sua implantação.

Mas o Brasil não poderia ficar dependente de técnicos de outros continentes para a implantação de uma tecnologia que se mostrava crucial para o País. Foi nessa época que despontou Theodomiro Carneiro Santiago, verdadeiro ícone da engenharia no Brasil. Formado em Direito em 1906 pela Faculdade de Direito de São Paulo, logo mostrou seu espírito empreendedor e visionário. Como diretor de escola secundária em Itajubá, percebeu a necessidade premente de uma escola de engenharia, na qual a instrução formal aliasse a teoria à pratica.

Uma das principais constatações do Professor Theodomiro foi à ausência de uma formação experimental nos engenheiros da época. Decidiu então criar o Instituto Eletrotécnico e Mecânico de Itajubá (IEMI), como foco na formação experimental.

Para a realização do seu sonho, o Doutor Theodomiro viajou em maio de 1912 para a Europa, onde visitou os principais centros de ensino da engenharia elétrica, particularmente na Bélgica, França, Alemanha, Inglaterra, Itália e Suíça. Ao término da viagem, havia contratado professores belgas, franceses e suíços, e comprado equipamentos para a montagem dos laboratórios do IEMI. Apesar das imensas dificuldades enfrentadas, agravadas pelo fato de o Instituto ter sido criado numa cidade do interior, o IEMI foi finalmente inaugurado em 23 de novembro de 1913. A inauguração oficial contou com a presença do Presidente da República e registrou-se uma discussão acalorada entre o Dr. Theodomiro e o Dr. Paulo de Frontin, antigo reitor da Escola Politécnica da UFRJ, sobre os métodos de ensino de engenharia. Sobre isto a frase que pauta o destino da instituição pode ser resumida pelas palavras do seu fundador: "Se a ciência é filha da observação e do experimento, é por estes meios que deve ser ensinada"

Posteriormente, em 1956, o IEMI foi federalizado, passando a ser chamado de EFEI (Escola Federal de Engenharia de Itajubá) e atualmente é a Universidade Federal de Itajubá.

Várias outras boas escolas de engenharia elétrica foram criadas posteriormente. Um exemplo disso ocorreu na Universidade Federal do Paraná, que instituiu em 1966 o seu Departamento de Engenharia Elétrica e deu origem à formação de Engenheiros Eletricistas de forma pioneira no Sul do Brasil. O curso da UFPR, como a maioria dos demais cursos de Engenharia Elétrica do país, utilizou o conhecimento, o exemplo e até os recursos humanos formados na Escola de Itajubá, no caso de Curitiba em grande parte atuando na época na Companhia Paranaense de Energia Elétrica - COPEL.

É justo, portanto, que se faça coincidir o dia do Engenheiro Eletricista com a data de criação do IEMI. Como resultado em 2003, ano em que se comerou o nonagésimo aniversário de fundação do IEMI, o Senador Alberto Silva, jantamente com o Deputado José Roberto Arruda, propusseram um Projeto de Lei instituíndo o dia 23 de novembro como o Dia do Engenheiro Eletricista.

O projeto resultou em 29 de outubro de 2009 na Lei número 12.074 (publicada no Diário Oficial da União em 30 de outubro de 2009), instituíndo o Dia Nacional do Engenheiro Eletricista, a ser comemorado em 23 de novembro de cada ano.

A foto que ilustra este texto mostra o Museu Theodomiro Santiago, no centro de Itajubá (MG).





<< Início

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Assinar Postagens [Atom]